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PSICANÁLISE: entre o inconsciente e a vida cotidiana

Atualizado: 18 de set.


Uma teoria, um método, um tratamento


A psicanálise pode ser entendida de três formas:

  • uma teoria sobre o funcionamento da mente;

  • um método de investigação dos conteúdos inconscientes;

  • e um método de tratamento psicoterapêutico.


As origens: Freud, Breuer e a hipnose

No final do século XIX, a medicina não tinha respostas para certas doenças que surgiam nos hospitais. Entre elas estavam as chamadas crises conversivas: paralisias súbitas, pessoas que de um dia para o outro deixavam de andar, falar ou enxergar, sem que houvesse explicação médica clara.

Esses quadros, que afetavam especialmente mulheres jovens, despertaram a curiosidade de médicos como Breuer, que observava melhoras quando usava a hipnose para levar pacientes a recordar experiências traumáticas. O desaparecimento dos sintomas ao reviver tais memórias chamou a atenção de Sigmund Freud, um jovem médico interessado em fisiologia e no funcionamento da mente.


O nascimento do inconsciente

Freud percebeu que nem todos os conteúdos dolorosos podiam ser recordados à vontade. Isso o levou a formular a ideia da existência de uma dimensão psíquica inacessível à consciência: o inconsciente.

Contudo, Freud também percebeu que não era um grande hipnotizador. Além disso, seu interesse estava menos no desaparecimento imediato dos sintomas e mais em compreender a mente humana. Ele buscava um método em que o paciente tivesse uma participação mais ativa.


A livre associação de ideias

Foi assim que surgiu a técnica da livre associação: convidar o paciente a falar tudo o que viesse à mente, sem censura. Esse exercício permitiu identificar mecanismos de defesa, lapsos, resistências e desejos escondidos. Aos poucos, tornou-se possível acessar conteúdos inconscientes e compreender como eles influenciam a vida consciente.


Do trauma às neuroses cotidianas

Se no início a ênfase era no trauma, logo Freud percebeu que os conteúdos inconscientes estavam por trás de diversos sofrimentos cotidianos. Inibições sociais, fobias como a agorafobia, pensamentos repetitivos e compulsivos — todos esses fenômenos passaram a ser compreendidos como expressões de conflitos psíquicos.

A psicanálise, então, deixou de ser apenas uma curiosidade médica e passou a ser usada como método terapêutico em consultórios.


Psicanálise na prática clínica hoje

Na prática, a psicanálise pode assumir diferentes formas. Há o método clássico, em que o paciente deita-se no divã e associa livremente, indicado para pessoas mais estáveis. Em outros casos, a escuta pode ser mais diretiva, fortalecendo defesas psíquicas e oferecendo apoio em momentos de crise.

A psicanálise busca tratar conflitos internos que geram prejuízos em relacionamentos, no trabalho, na família e também favorecer a consolidação da identidade, autonomia e independência do indivíduo.

As mudanças acontecem tanto pelos insights — quando o paciente compreende de repente algo sobre si — quanto pela relação terapêutica, construída em encontros semanais e marcada pela escuta atenta e pelas interpretações feitas pelo analista.


A postura do analista ontem e hoje

Se antes o psicanalista era visto como uma “tela em branco”, distante e silencioso, hoje tende a ter uma presença mais natural e acolhedora. Isso facilita o vínculo e torna o processo terapêutico mais humano e próximo.


Um convite à reflexão

A psicanálise não oferece fórmulas mágicas. Ela propõe um espaço de escuta e investigação onde medos, fantasias e desejos podem se tornar conscientes, promovendo maior liberdade diante da vida.

Se você tem interesse em compreender melhor seus conflitos, descobrir novas formas de lidar com suas emoções e transformar sua relação consigo mesmo, a psicanálise pode ser um caminho.

 
 
 

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Psicólogo Marcus Vinicius Bertola Caetano é
Licenciado no Conselho Federal de Psicologia habilitado para realizar atendimentos online e presencial.Cadastro 06-125305

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