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TERAPIA

Atualizado: 8 de nov. de 2023


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Não é incomum chegar até mim pacientes com a fala: “Estou aqui pois o médico me encaminhou.” ou ainda ouvir algo do tipo “todo mundo deveria fazer psicoterapia”.

Será mesmo que todos deveriam fazer psicoterapia?

Psicoterapia forçada ou porque alguém supôs que lhe faria bem faz sentido? Funciona?

Se funciona ou não eu costumo dizer que a resposta vai se dar no final da terapia. Ainda assim acho que a curiosidade sobre si e seus comportamentos é um item essencial para uma terapia ter uma continuidade e poder alcançar o seu objetivo e que pode ser de vários tipos.


Contudo, certas pessoas podem mesmo não ter este hábito de ficar refletindo sobre… o que é a vida?, ou… porque sou assim? e talvez isso aconteça porque essa curiosidade nunca foi despertada ou estimulada.

Acho eu que nunca na nossa história se falou tanto em “saúde mental” e com isso as pessoas estão tendo mais interesse em pesquisar sobre formas de cuidar da sua mente e a psicoterapia é um método em que a proposta é essa!

Para você que não sabe o que é a psicoterapia ou você que sabe, mas gostaria de entender um pouco mais sobre, eu fiz este texto explicando um pouco mais sobre essa técnica.


O QUE É A PSICOTERAPIA?


Basicamente é um método de tratamento onde um profissional treinado se utiliza da sua fala e da relação que é construída entre ele e o paciente, as chamadas intervenções, auxiliando o paciente a modificar problemas de ordem emocional, cognitiva e comportamental. 

Só que ela é diferente de outras relações interpessoais que podem existir nas nossas vidas. A terapia não é como uma amizade com aqueles conselhos que um amigo pode oferecer e também não é como uma consulta médica onde o terapeuta detém o saber sobre a doença do paciente e vai curar através de uma espécie de cirurgia ou conduta. Na psicoterapia o que há essencialmente é uma atitude colaborativa entre paciente e terapeuta.

Essa técnica surge no no final do século 19 e passou a ser usada no tratamento das ditas doenças nervosas e mentais. Freud foi um personagem marcante neste período principalmente por ter realizado registros, rico em detalhes, sobre a forma como ele manejava seus atendimentos aos seus pacientes. Antes essa atividade ficava mais restrita aos médicos, como Freud, que era neurologista e é considerado o pai da psicanálise.

Foi a partir do século vinte que tivemos uma popularização da técnica principalmente no pós-guerra com o surgimento de diferentes escolas de pensadores e a proliferação de várias técnicas de compreender os sintomas e o funcionamento da mente humana.

A proliferação dessas escolas nem sempre foi acompanhada de uma preocupação em ser comprovado e avaliado se de fato a psicoterapia era efetiva. E a partir da década de 50 isso passou a ser uma preocupação. O psicólogo Hans Eysenck, chegou a afirmar certa vez que a psicoterapia não se comprovava eficaz e que as transformações no paciente eram meros efeitos da passagem do tempo. Carl Rogers, outro grande nome da psicologia questionou as diferentes formas de fazer terapia que estavam surgindo ao dizer que seus efeitos não são devido as técnicas, mas a fatores intrínsecos a qualquer relação humana.

Foi então na década de 60 que surgiu o Projeto Menninger que tinha como proposta fazer pesquisa em psicoterapia e buscar estudar a sua efetividade. Os resultados foram surpreendentes e trouxeram uma credibilidade ao método psicoterapêutico, sendo considerado um tipo muito eficaz e custo-efetiva.


Hoje já não se discute mais se é eficaz ou não mas essa efetividade é influenciada por vários fatores e que nem sempre são tão específicos. Aí inclui a pessoa do terapeuta, a empatia, o vínculo… tudo isso pode influenciar nos resultados. Por esse motivo considero também a psicoterapia uma arte, no sentido em que cada encontro entre paciente e terapeuta é único, cada psicoterapia é única e é única porque as pessoas são assim.

Portanto temos várias técnicas psicoterapêuticas, ou vários tipos de psicoterapias. E elas todas podem se diferenciar quanto ao objetivo que se quer alcançar, quanto aos seus fundamentos teóricos, as frequências das sessões, o tempo de tratamento, o tipo de treinamento que o terapeuta possui, as condições pessoais de cada paciente, enfim, são muitos tipos de arranjos possíveis.


Porém de modo resumido acho que existem algumas coisas em comum entre as psicoterapias: em todas elas há uma relação de confiança e cooperação entre o paciente e o terapeuta, além disso há uma crença que existe uma explicação plausível para aquele desconforto que levou o paciente a buscar a terapia e que haverá um procedimento ou uma espécie de “ritual” que irá resolver aquele problema.




 
 
 

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Psicólogo Marcus Vinicius Bertola Caetano é
Licenciado no Conselho Federal de Psicologia habilitado para realizar atendimentos online e presencial.Cadastro 06-125305

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